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terça-feira, 29 de abril de 2014

Aula de Direito




Primeira aula da faculdade de Direito. O professor de “Introdução ao Direito” entra na sala. A primeira coisa que faz é perguntar o nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:

- Como você se chama?

- Meu nome é João, senhor.

- Saia de minha aula e não quero que volte nunca mais! - gritou o desagradável professor.

João ficou desconcertado por alguns segundos. Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu da sala. Todos estavam assustados e indignados, porém, ninguém falou nada.

- Agora sim! Vamos começar a aula! Para que servem as leis? – pergunta o professor.

Os alunos seguiam assustados, porém, aos poucos começaram a responder à pergunta:

- Para que haja ordem em nossa sociedade.

- Não! – respondeu o professor.

- Para cumpri-las.

- Não!

- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos.

- Não! Será que ninguém sabe responder a esta pergunta?

- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.

- Até que enfim! É isso! Para que haja justiça. E agora, para que serve a justiça?

Todos começavam a ficar incomodados com a atitude grosseira do professor. Porém, seguiam respondendo:

- Para salvaguardar os direitos humanos.

- Bem, que mais? – perguntou o professor.

- Para diferenciar o certo do errado.

- Ok, não está mal. Agora me digam: eu agi corretamente ao expulsar João da sala de aula?

Todos ficaram calados, ninguém respondia.

- Quero uma resposta decidida e unânime!

- Não!!! – responderam todos a uma só voz.

- Poderia dizer-se que cometi uma injustiça?

- Sim!!! – responderam todos.

- E por que ninguém fez nada a respeito? Para que queremos leis se não dispomos da vontade necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar calados, nunca mais! Vá buscar o João – disse o professor, olhando fixamente para outro aluno.

Naquele dia, todos tiveram a lição mais prática do curso de Direito, um aprendizado para sempre: “Quando não defendemos nossos direitos ou os do próximo perdemos a dignidade e a dignidade não se negocia.”

(autor desconhecido)